20 de ago. de 2010

Qual será a sua vaca?!

Bom dia enigmáticos leitores.
Hoje venho aqui postar uma párabola de um livro que tenho e que acho muito útil, chama: "Como atirar vacas no precipício", autora Alzira Castilho.
Leiam, reflitam e comentem....



“Um filósofo passeava por uma floresta com um discípulo, conversando sobre a importância dos encontros inesperados. De acordo com o mestre, tudo que está diante de nós nos oferece uma chance de aprender ou ensinar. Quando cruzavam a porteira de um sítio que, embora muito bem localizado, tinha uma aparência miserável, o discípulo comentou: - O senhor tem razão. Veja este lugar… Acabo de aprender que muita gente está no paraíso, mas não se dá conta disso e continua a viver em condições miseráveis.

- Eu disse aprender e ensinar – retrucou o mestre. Constatar o que acontece não basta; é preciso verificar as causas, pois só entendemos o mundo quando entendemos as causas.
Bateram à porta da casa e foram recebidos pelos moradores: um casal, três filhos, todos com as roupas sujas e rasgadas.
- O senhor está no meio desta floresta, não há nenhum comércio nas redondezas – observou o mestre ao pai de família. Como sobrevivem aqui?
E o homem, calmamente, respondeu.
- Meu amigo, nós temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Parte desse produto nós vendemos ou trocamos, na cidade vizinha, por outros gêneros de alimentos. Com a outra parte, produzimos queijo, coalhada e manteiga para o nosso consumo. E assim vamos sobrevivendo.
O filósofo agradeceu a informação, contemplou o lugar por um momento e foi embora. No meio do caminho, disse ao discípulo:
- Pegue a vaquinha daquele homem, leve-a ao precipício e jogue-a lá embaixo.
- Mas ela é a única forma de sustento da família! – espantou-se o discípulo.
O filósofo permaneceu calado. Sem alternativa, o rapaz fez o que lhe pedira o mestre, e a vaca morreu na queda. A cena ficou gravada em sua memória.
Muitos anos depois, já um empresário bem-sucedido, o ex-discípulo resolveu voltar ao mesmo lugar, contar tudo à família, pedir perdão e ajudá-los financeiramente.
Ao chegar lá, para sua surpresa, encontrou o local transformado num belíssimo sítio, com árvores floridas, carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim. Ficou desesperado, imaginando que a humilde família tivesse precisado vender o sítio para sobreviver. Apertou o passo e foi recebido por um caseiro muito simpático.
- Para onde foi a família que vivia aqui há dez anos?
- Continuam donos do sítio.
Espantado, ele entrou correndo na casa, e o senhor logo o reconheceu. Perguntou como estava o filósofo, mas o rapaz nem respondeu, pois se achava por demais ansioso para saber como o homem conseguira melhorar tanto o sítio e ficar tão bem de vida.
- Bem, nós tínhamos uma vaca, mas ela caiu no precipício e morreu – disse o senhor. Então, para sustentar minha família, tive que plantar ervas e legumes. Como as plantas demoravam a crescer, comecei a cortar madeira para vender. Ao fazer isso, tive que replantar as árvores e precisei comprar mudas. Ao comprar mudas, lembrei-me da roupa dos meus filhos e pensei que talvez pudesse cultivar algodão. Passei um ano difícil, mas quando a colheita chegou eu já estava exportando legumes, algodão e ervas aromáticas.
Nunca havia me dado conta de todo o meu potencial aqui: ainda bem que aquela vaquinha morreu!”


É...muitas "vacas" podem estar por perto, na nossa vida e precisam ter atirá-las pra bem longe.

 
Beijos Enigmáticos,
Madame Cleópatra.

3 comentários:

Wanderley Elian Lima disse...

Muito bom. Vamos nos acomodando e nem percebemos o nosso potencial. É preciso arrisca, perder o medo e ver além do que se tem.
Abração

Sac do Amor disse...

Querida Madame Cleópatra,

Já li este texto em algum lugar antes e acho o máximo, como nos acomodamos com certas situações e não abrimos os olhos para nosso redor. Lindo texto, beijos meus, muitas saudades.... Madame X

UN VOYAGEUR SANS PLACE disse...

Meu Deus, que leitura inteligente! Eu te admiro muito por seres essa pessoa inteligente, Madame, e afradeço por postares a história e dividir a sabedoria conosco.

Uma opinião: os fazendeiros souberam aproveitar-se da nova oportunidade, tiveram visão. Mas se não tivessem, poderiam ter caído numa miséria maior. Acho que muita gente tem dentes, mas continua a pensar a si mesmo sempre como banguelas, e assim não dá. Sorte que a família de fazendeiros da história era de pessoas inteligentes, senão...

Abraços, linda Madame, e boa sorte na tua vida, te admiro muito. Desculpe a ausência, é que preciso de uma paradinha para repor as energias. Se Deus quiser logo retorno.

PS.: Tudo tem um porquê, realmente. É muito importante investigar.